Documento de política externa do governo Trump diz que Europa enfrenta ameaça de decadência por causa da imigração
05/12/2025
(Foto: Reprodução) Donald Trump critica o que chama de decadência da Europa
O documento de política externa do governo Trump reservou críticas duras à Europa. A nova doutrina afirma que o continente está em decadência e que há um apagamento da civilização europeia.
De maneira geral, o cenário apresentado por Washington é de uma Europa decadente, que vem perdendo relevância global. O documento fala da redução da participação europeia na economia mundial e cita o que considera um excesso de regulamentação na União Europeia. Também aponta como culpadas a organização política do continente e a instabilidade de alguns países.
Na lista de prioridades, o documento inclui ampliar a abertura dos mercados europeus para produtos americanos e passar uma fatia maior do custo da defesa do continente aos países europeus membros da Otan, com menos dependência do poderio militar dos Estados Unidos.
O governo americano atribui o peso maior do suposto declínio da Europa à imigração. O documento cita o que chama de “uma perspectiva real e mais sombria de um apagamento da civilização europeia”; que “se as tendências atuais continuarem, a Europa será irreconhecível em 20 anos ou menos”; e fala que muitos países da Otan em breve poderão ter a maioria da população vinda de fora da Europa.
O texto do governo americano diz: “queremos que a Europa permaneça europeia, que recupere sua autoconfiança civilizacional e abandone o seu foco fracassado em uma regulação sufocante”. O texto celebra ainda “a crescente influência de partidos patrióticos europeus” e afirma que uma das prioridades americanas deve ser cultivar a resistência no continente.
Documento de política externa do governo Trump diz que Europa enfrenta ameaça de decadência por causa da imigração
Jornal Nacional/ Reprodução
O governo americano, assim, se alinha à extrema-direita europeia e repete o ataque que o vice de Trump fez à Europa na conferência de segurança de Munique, em 2025. Na ocasião, J.D. Vance acusou os líderes da União Europeia de censurar a liberdade de expressão e de não conseguir conter a imigração ilegal.
Poucas autoridades da Europa reagiram ao documento do governo americano. O ministro das Relações Exteriores da Alemanha afirmou que o país não precisa de lições externas sobre democracia e liberdade de expressão. O ministro alemão Johann Wadephul contestou elementos da nova estratégia de segurança da Casa Branca, mas disse que os Estados Unidos vão continuar sendo o aliado mais importante da Alemanha na Otan.
A União Europeia não quis comentar o documento do governo Trump. Mesmo diante de críticas tão fortes, houve um silêncio do lado europeu.
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